quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

3 de dezembro de 2016.

Por vezes a mente divaga profundamente em um tempo não muito distante que se faz constantemente presente desde o fato que o tornou marcante.
E nesse fato posso afirmar que foi criado então um segredo que nasceu dos sentimentos novos que ele trouxe ao meu íntimo. Novos por serem bons, únicos por serem verdadeiros, mas acima de tudo ousados, por me invadirem sem prévio aviso.
Vejo flashes de uma tarde proveitosa de verão. Inusitada por fugir dos meus planos sobre ela e sendo encantadora por isso.
E é aí que o segredo vem à tona em minha mente, pois automaticamente fecho os olhos e uma melodia que descreve as peripécias desse dia soa em meus ouvidos, e neste instante, eu queimo por dentro, não sei se o calor vem do coração mas ele toma conta de mim por inteira e quando percebo sinto a ternura que havia implicitamente nas brincadeiras, nos sorrisos, no silêncio, e na troca de olhares.
Eu me emociono pois é tudo tão doce e gentil. Real e natural. Nosso.

E por último choro, porque sei que é essa a minha felicidade, e que sou feliz por ser sua.

domingo, 13 de novembro de 2016

Sappho, 1913 por Julius Johann Ferdinand Kronberg.



Breve nota de uma madrugada chuvosa.

     Sinto que minha alma quer chorar mesmo os olhos estando exaustos de cansaço para dar formas a essas lágrimas, por isso choro em minha mente. Um choro que grita de agonia e frustração por estar silenciado em meu interior.
     A ausência de tons vívidos em meu ser tem intensificado esse cinza enevoado que enxergo, e nesses momentos que contemplo o frio de uma madrugada chuvosa que os faço tão meus, só tem feito sentido graças à música. Somente na música encontro o som que minha alma faz e por causa dela nestes instantes tenho estado em uma espécie de (temporária) paz.


terça-feira, 31 de maio de 2016

Smiths


       Recuso sobreviver 365 dias sem que algum momento a voz de Morrissey me vicie. 




Subjetivo sem sentido.

Não há no que minha consciência possa se agarrar durante as 24hrs de cada dia, me esforço para lembrar nitidamente dos momentos mas apenas tenho flashes esbranquiçados, não sinto a energia do passado pois há uma degenerescência presente que me deixa constante no niilismo.
Às vezes o esforço resulta e imagens ficam gravadas temporariamente no agora, eu sei que você foi real então por que me esqueço? Os rostos não fazem mais sentido; os sorrisos, os abraços, os beijos, as dificuldades e nem mesmo a raiva. É isso o que resta afinal? Tento culpar a depressão e me flagro duvidando de que a culpa seja dela. Talvez seja a doença que está no meu Ser. Essa doença que faz do meu mundo tão líquido, fazendo o tempo apagar os momentos que outrora foram preciosos. Estou duvidando de tudo que venha de mim nesse instante, droga. Outra vez enxergo o mundo como se não participasse dele, como se não fosse real e que nada me tocasse profundamente.
Como se você nunca tivesse feito parte da minha vida em algum momento, é tudo irreal e principalmente incompleto. De repente me distraio e tudo desaparece. Os desejos de felicitações junto a bondade que pairava no ar perderam o significado e consequentemente a única certeza que tenho é que acabou. De verdade. Para sempre me esquecerei de você. Para sempre ao olhar o passado prevalecerá a indiferença.


Adeus.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Mau agouro.

À vante,
o vento trás consigo
o cheiro por mim tão conhecido.
Num futuro não longínquo,
sinto os vestígios intempéries,
esgueirando-se subjacentes
em conjunto aos avisos tão estes audíveis.

Oh, dizeis sussurros à mim:
"Fujais ou encarais?"